terça-feira, 28 de abril de 2015

Sismo no Nepal era uma tragédia anunciada

Faltavam poucos minutos para o meio-dia quando um movimento das placas tectônicas a 15 Km de profundidade originou as ondas de choque que se propagaram pelo Nepal, Índia, China e Bangladesh, destruindo milhares de vidas, casas e monumentos. De alguma forma, esta era uma catástrofe mais do que anunciada: os registos históricos indicam que o período de retorno de um sismo de magnitude 8 na região é de cerca de 75 anos, segundo a National Society for Earthquake Technology do Nepal - o último tinha sido em 1934.


De acordo com a Geohazards International, uma organização não-lucrativa de prevenção contra desastres naturais, é 60 vezes mais provável um habitante de Katmandu morrer num sismo de que um habitante de Tóquio. Por um lado, porque é que uma zona de atividade sísmica intensa, por outro, porque não existe o devido planeamento e prevenção.
A explicação para esta regularidade encontra-se na localização: estes sismos são gerados pela convergência da placa Indiana com Eurasiática, que entraram em colisão há 40 ou 50 milhões de anos. É nesta zona, numa fronteira difusa que em certos locais corre ao longo da fronteira sul do Nepal, que a placa do subcontinente indiano mergulha sobre a Eurasiática, a um ritmo de quase cinco centímetros por ano, explica o Instituto Norte-Americano de Geofísica (USGS), causando o levantamento dos Himalaias, que continuam a crescer.
A convergência das placas gera tensão e energia que é libertada nestes sismos poderosos. No entanto, o USGS nota que há registro de apenas quatro eventos de magnitude seis ou maior no último século: o maior, de magnitude 8, ocorreu em 1934, causando a morte a mais de 10 mil pessoas.                                     por Patrícia Jesus in: http:www.dn.pt, 26/abril/15

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