Faltavam poucos minutos para o
meio-dia quando um movimento das placas tectônicas a 15 Km de profundidade
originou as ondas de choque que se propagaram pelo Nepal, Índia, China e
Bangladesh, destruindo milhares de vidas, casas e monumentos. De alguma forma,
esta era uma catástrofe mais do que anunciada: os registos históricos indicam
que o período de retorno de um sismo de magnitude 8 na região é de cerca de 75
anos, segundo a National Society for Earthquake Technology do Nepal - o último
tinha sido em 1934.
De acordo com a Geohazards International, uma organização
não-lucrativa de prevenção contra desastres naturais, é 60 vezes mais provável
um habitante de Katmandu morrer num sismo de que um habitante de Tóquio. Por um
lado, porque é que uma zona de atividade sísmica intensa, por outro, porque não
existe o devido planeamento e prevenção.
A explicação para esta
regularidade encontra-se na localização: estes sismos são gerados pela
convergência da placa Indiana com Eurasiática, que entraram em colisão há 40 ou
50 milhões de anos. É nesta zona, numa fronteira difusa que em certos locais
corre ao longo da fronteira sul do Nepal, que a placa do subcontinente indiano
mergulha sobre a Eurasiática, a um ritmo de quase cinco centímetros por ano,
explica o Instituto
Norte-Americano de Geofísica (USGS), causando o levantamento dos
Himalaias, que continuam a crescer.
A convergência das placas gera
tensão e energia que é libertada nestes sismos poderosos. No entanto, o USGS
nota que há registro de apenas quatro eventos de magnitude seis ou maior no
último século: o maior, de magnitude 8, ocorreu em 1934, causando a morte a
mais de 10 mil pessoas. por Patrícia
Jesus in: http:www.dn.pt, 26/abril/15