Materiais insanos criados
pelo homem e suas aplicações
Esta esponja de titânio
pode ser usada para substituir ossos.
Há uma quantidade consideravelmente
grande de anos, você poderia falar com toda a certeza que a sociedade era capaz
de utilizar apenas os materiais fornecidos pela natureza. No entanto, a ciência
e as indústrias foram se modernizando, de modo que o homem começou a trabalhar
com uma quantidade maior de materiais.
Entre as novidades que eventualmente
vieram à tona, estão os materiais sintetizados ou modificados. Em uma
explicação breve, podemos afirmar que eles são diferentes “matérias-primas” que
passaram por tratamentos em laboratórios para que características específicas
pudessem ser alcançadas, como resistência a pressões enormes ou um peso
realmente pequeno.
Assim como você já deve estar
imaginando, hoje em dia a ciência dispõe de materiais incríveis, mas que ainda
estão em fase de testes — afinal de contas, às vezes eles podem não funcionar
da maneira prevista. Contudo, na lista abaixo você vai conferir alguns dos
“segredos” que talvez mudem o futuro de alguma maneira.
1 — Entre
aranhas e bactérias
(Fonte da imagem: Reprodução/Gizmodo)
A seda é utilizada para a fabricação de
roupas há centenas de anos, já que é um material que pode ser encontrado na
natureza. O problema é que, para ser produzida, ela depende de pequenos seres —
e isso faz com que a produção em massa acabe sendo algo difícil e relativamente
caro de acontecer.
Dessa maneira, uma empresa japonesa
chamada Spiber está trabalhando na criação de seda sintética. Isso estava sendo
feito através do trabalho com o gene responsável pela criação de seda em
aranhas, resultando em um material “superforte”. No entanto, a produção
continuava lenta e complicada.
Por conta de tudo isso, a companhia
passou para o desenvolvimento de uma bactéria geneticamente modificada que é
capaz de produzir um novo tipo de seda em apenas dez dias. Ela seria alimentada
com micronutrientes, sal e açúcar, de forma que cada grama do “produto” final
poderá resultar em mais de 9 quilômetros de tecido sintético — e isso daria
para fornecer roupa barata para muita gente.
2 — Foco na
proteção!
(Fonte da imagem: Reprodução/Gizmodo)
É praticamente certo que você já passou
um bom tempo estourando plástico-bolha, não é mesmo? Agora, pense em uma lâmina
de alumínio com a mesma propriedade. Como mostra a imagem acima, foi exatamente
isso o que uma equipe de estudiosos da Universidade da Carolina do Norte
conseguiu produzir.
Ao contrário do plástico, as lâminas de
alumínio precisam ser cuidadosamente furadas, sem serem rompidas completamente.
Em seguida, os “buracos” feitos são enchidos com um tipo de espuma feito de
carbonato de sódio, sendo que eles são grudados com outra lâmina de alumínio
por cima.
A novidade serve para forrar e proteger
qualquer produto considerado delicado, já que a espuma consegue absorver uma
quantidade bastante significativa de impacto. Além disso, o alumínio consegue
ser 50 vezes mais forte que o material plástico e não é muito caro de ser
feito, podendo criar até mesmo capacetes mais eficientes — ou seja, dependendo
do emprego, o material pode salvar algumas vidas.
3 — Ossos
de... Titânio?
(Fonte da imagem: Reprodução/Gizmodo)
Uma equipe de cientistas da Alemanha
conseguiu criar algo extraordinário. Em primeiro lugar, eles pegaram uma
esponja feita de compostos plásticos e a mergulharam em uma solução de titânio,
incluindo alguns agentes. Com isso, o titânio acabou aderindo à esponja
original e evaporando todo o plástico.
Por conta disso, os cientistas acabaram
criando uma esponja feita toda de titânio, que é muito leve e também
extremamente resistente. Até aí nada de muito legal, não é? Pois acontece que
essa novidade pode ser utilizada para substituir ossos de pessoas com problemas
sérios no próprio organismo, como lesões de alto nível.
Para isso, basta que os cientistas
trabalhem com esponjas “originais” mais porosas, de forma que o titânio também
acabe ficando com poros maiores. Por conta disso, um osso novo pode crescer
sobre o “falso”, fazendo com que o implante fique integrado ao esqueleto. Isso
não vai transformar as pessoas em Wolverines, mas pode fazer com que
tratamentos ortopédicos sejam realmente eficientes.
Rodada bônus
(Fonte da imagem: Reprodução/Gizmodo)
As supercolas são realmente muito úteis,
tanto que as pessoas as utilizam com certa frequência, como no conserto de
aparelhos simples, brinquedos e até mesmo calçados. No entanto, há uma maneira
de fazer com que essas colas sejam ainda mais “poderosas” — e estamos falando
de levá-las para um nível molecular. Para isso, a equipe de pesquisadores da
Universidade de Oxford que era responsável pelo projeto utilizou a proteína
usada pela bactéria Streptococcus pyogenes para
consumir a carne humana. Dessa maneira, o produto criado só é capaz de reagir
quando ativado por uma proteína parceira — que não foi especificada. O
resultado final é tão forte, mas tão forte, que a máquina utilizada para
mensurar a força da união criada pela cola molecular quebrou antes que as
amostras utilizadas pudessem ser separadas. Pense que bizarro se isso
escorresse para os seus dedos... Por Rafael Gazzarrini em 23/09/13